domingo, 14 de outubro de 2012

Manifestantes ocupam canteiro de obras de Belo Monte, no Pará

10/10/2012
Cerca de 200 manifestantes, entre indígenas de diversas etnias, agricultores e pescadores ribeirinhos continuam acampados no canteiro de obras da usina hidrelétrica de Belo Monte. O grupo invadiu a área na noite desta segunda-feira (8). Eles ocupam o Sítio Pimental, localizado perto do rio Xingu, no sudoeste do Pará, em protesto contra a construção da usina. Segundo os ocupantes, a água e a energia do local foram cortados. De acordo com o movimento Xingu Vivo,o protesto ocorreu porque a Norte Energia, empresa responsável pelo empreendimento, não cumpriu o acordo firmado com os manifestantes durante as ocupações realizadas nos meses de junho e julho. Ainda segundo o movimento, a empresa não manifestou proposta de negociação. Os ocupantes querem que seja solucionado o problema da transposição do Xingu que, segundo o movimento Xingu Vivo, está com a navegação prejudicada desde que foram construídas “ensecadeiras”, espécie de barragens de terra, ao longo do curso do rio. A Norte Energia, empresa responsável pela construção e operação da usina, informou que durante a ocupação os manifestantes tomaram dois postos de vigilância, um ônibus e uma ambulância. Um motorista do Consórcio Construtor teria ficado ferido, e funcionários chegaram a ser mantido reféns, mas foram liberados horas depois. O canteiro de obras foi evacuado, e os 900 funcionários que trabalhavam no Sítio Pimental foram transferidos para outro local. A empresa informou ainda que irá entrar com pedido de reintegração de posse na justiça de Altamira, e que até o momento os manifestantes não apresentaram qualquer reivindicação. O movimento Xingu Vivo, que participa da ocupação, disse por telefone que uma comissão de funcionários da usina foi ao local, mas não entraram em acordo para que os manifestantes possam deixar Sítio Pimental. Entenda o caso A Usina Hidrelétrica de Belo Monte está sendo construída no rio Xingu, no sudoeste do Pará, com um custo previsto de R$ 19 bilhões. O projeto tem grande oposição de ambientalistas, que consideram que os impactos para o meio ambiente e para as comunidades tradicionais da região, como indígenas e ribeirinhos, serão irreversíveis. A obra também enfrenta críticas do Ministério Público Federal do Pará, que alega que as compensações ofertadas para os afetados pela obra não estão sendo feitas de forma devida, o que pode gerar um problema social na região do Xingu. (Fonte: G1)

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