terça-feira, 27 de novembro de 2012

Bônus, cotas, bolsas e... salário de estudante.

Por que as medidas heróicas tomadas para recuperar a educação perdida não surtem o efeito desejado no Brasil? 

Por Sergio Ulhoa Dani, de Heidelberg, em 27 de novembro de 2012. 

No início eram os bônus, que não surtiram efeito no Brasil. A proibição da repetência fez as cabeças acenarem em triste negativa. Depois vieram as cotas ‘raciais’ e econômicas. O crescimento-recorde das bolsas (de estudo) e das faculdades públicas e privadas beira os limites do surreal. Agora a USP, maior universidade brasileira estuda destinar 50% de suas vagas às novas cotas para estudantes oriundos das escolas públicas, criar ‘colleges’ para reforço do aprendizado e pagar salário mínimo para esses estudantes. Com essas medidas heróicas, os administradores públicos do Brasil tentam desesperadamente alcançar o bonde perdido da educação e capacitação profissional. Num mundo globalizado, parecem estar perdendo a corrida, correndo na raia errada, ou talvez correndo numa raia certa, mas no sentido errado, esquecendo de olhar para os lados. Nas últimas décadas, centenas de milhares de brasileiros qualificados decidiram abandonar o país do futuro, em busca de condições escassas no Brasil de hoje: educação de qualidade em todos os níveis, melhores condições de vida e trabalho, mais segurança pública e menos corrupção. Essa emigração em massa de gente qualificada prova o sucesso da estratégia dos países que não oferecem bônus, nem cotas, nem bolsas, nem salários para estudantes. A estratégia desses países é diametralmente oposta à do Brasil: atrair e fixar os melhores talentos do mundo.

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