domingo, 28 de setembro de 2014

Os sumários públicos e notórios dos candidatos à presidência do Brasil em 2014

Dilma e Aécio são culturalmente e politicamente semelhantes. Marina Silva representa o novo.

Por Sergio Ulhoa Dani, de Bremen, Alemanha, em 28 de setembro de 2014

Dilma Rousseff – mineira de Belo Horizonte, filha de um engenheiro imigrante da Europa do leste e uma carioca. Na infância e juventude, foi expulsa (‘jubilada’) do Colégio Estadual de Belo Horizonte, e participou de movimentos armados que planejaram e executaram assaltos a bancos, sequestros e homicídios durante a ditadura militar das décadas de 60 a 80, o Comando de Libertação Nacional (Colina) e a Vanguarda Armada Revolucionária Palmares (VAR-Palmares). Dilma viveu grande parte da sua vida no Rio Grande do Sul, onde participou da criação do PDT. Lá, ela foi secretária municipal da Fazenda e estadual de Minas e Energia. Depois juntou-se ao PT, tendo colaborado na elaboração do seu programa de governoEm Brasília, antes de chegar à Presidência da República, ela foi ministra das Minas e Energia (2003-2005) e da Casa Civil (2005-2010) nos dois governos de Luiz Inácio Lula da Silva, o chefe do maior esquema de mercantilismo e corrupção da história dos governos do Brasil. À frente das Minas e Energia, usou do cargo para aproximar o PT e seu governo de corporações nacionais e internacionais de mineração, como o grupo de Eike Batista, Kinross Gold Corporation, Vale do Rio Doce, Petrobrás, entre outros. No dia 31 de outubro de 2010, Dilma Rousseff foi eleita presidente do Brasil, cargo a ser ocupado pela primeira vez na história do país por uma mulher, contabilizando 56,05% dos votos válidos no segundo turno. A gestão Rousseff consolidou o esquema corrupto e mercantilista do governo petista iniciado com Lula e os mensaleiros, levando o país ao desastre econômico, social, cultural e ambiental. Incapaz de articular pensamentos coerentes, suas declarações públicas são uma sucessão de vexames e mentiras. Assim como Lula, Dilma prestigia ou financia alguns dos governos ditatoriais e terroristas da atualidade, incluindo as ditaduras cubana, venezuelana e iraquiana, e os terroristas colombianos. Recentemente, defendeu até o ‘Estado Islâmico’. 

Aécio Neves – neto do mineiro Tancredo Neves, o ‘Aecinho’ passou a infância em Belo Horizonte-MG e São João Del Rei, e parte de sua juventude no Rio de Janeiro. Formou-se em economia pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, aos 24 anos. Entrou na política como assessor do pai, Deputado Aécio Neves, e depois do avô, na campanha das 'Diretas Já' de 1985. Ele é um político profissional, pois passou toda a vida adulta em cargos eletivos. Em 1986, iniciou sua trajetória no Congresso Nacional, ocupando por quatro mandatos seguidos uma cadeira na Câmara. Foi eleito governador de Minas Gerais por dois mandatos, tendo boa aprovação popular. Como senador na oposição, teve uma atuação apagada. À frente do governo de Minas, tentou passar a imagem de ‘eficiente, moderno e inédito’, chegando a gozar de boa aprovação popular. Implantou instrumentos de gestão ambiental que, embora considerados modernos, têm sido usados para legalizar a destruição ambiental num Estado dotado de riquezas minerais. Licenças ambientais para verdadeiros genocídios foram concedidas pelo governo federal petista para mineradoras transnacionais e seus testas-de-ferro, com o consentimento do governo mineiro sob a gestão de Aécio, o eficiente. Manancias de água pura, as verdadeiras fontes de vida e saúde foram destruídas e contaminadas sob o olhar de Aécio, o moderno. A riqueza mineral do Estado foi colocada com eficiência e modernidade à disposição da economia mundial, em troco da destruição local. Foi a época em que o governador Aécio Neves foi bajulado pelos líderes petistas, Lula e Dilma. O inédito ficou por conta das sutilezas dos atos, da sabotagem moral em época de pretensa liberdade, dos volumes extraordinários das riquezas que vão e da pobreza e das doenças que ficam. Assim como Lula, Dilma e o PT, Aécio e o PSDB tiveram o apoio de grupos predadores que ganharam muito com a ‘eficiência, modernidade e ineditismo’. Mais maduro e experiente, Aécio agora busca conquistar o voto das milhões de pessoas que estão sofrendo por causa dessa política predatória, ou da falta de uma política e uma visão de Estado responsáveis. A favor de Aécio Neves pesa a alta rejeição da candidata da situação, Dilma Rousseff e o PT, principalmente entre as pessoas com mais alto grau de escolaridade. Ele também é o candidato capaz de receber o apoio de Marina Silva e seu eleitorado (e vice-versa).

Marina Silva – mulher de origem humilde, criada nos rigores da região amazônica, foi alfabetizada na adolescência e chegou a tornar-se professora, e eleger-se vereadora, deputada estadual e senadora. Foi Ministra do Meio Ambiente no governo petista, tendo rompido com esse governo por divergências políticas. Marina Silva é respeitada no país e no exterior como autêntica conhecedora da problemática socioambiental, e reconhecida como pessoa dotada de inteligência e visão de futuro, trânsito internacional e capacidade de inovação. Dos três candidatos mais bem cotados, é a que melhor transmite a imagem de honestidade e capacidade de montar uma equipe independente e de alto nível para governar o Brasil com uma visão de futuro. Marina Silva incita medo real nos adversários – sobretudo nos militantes do PT – que conduzem uma campanha de ataques à candidatura da ex-senadora. Ao seu desfavor, pesam o fato de ter sido uma das fundadoras do PT, e os 24 anos durante os quais esteve ligada ao partido. O alto grau de rejeição de Dilma Rousseff e do PT aproxima os eleitorados de Marina Silva e Aécio Neves, tornando-os um bloco único de oposição no segundo turno das eleições.

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