quarta-feira, 22 de outubro de 2014

Causa e consequência

Por Leandro Ruschel, outubro de 2014 (artigo publicado originalmente no Facebook)

Parece que nesse debate eleitoral falta o desenvolvimento da definição de causa e consequência.

Por exemplo, se a vida melhorou enquanto o PT estava na presidência isso não significa necessariamente que o partido tenha sido a causa dessa melhora.

Para conseguir chegar a uma resposta mais próxima da realidade, é preciso usar a lógica e os exemplos históricos.

O que é mais importante: estabilidade monetária, responsabilidade fiscal e eficiência de gestão ou simplesmente a distribuição de benefícios sociais sem a âncora no crescimento econômico, que vai durar até acabar os recursos do último ciclo de alta?

Alguém pode acreditar realmente que gestores como Lula, que brada aos quatro ventos que nunca leu um livro na vida, ou Dilma, quem mal consegue balbuciar algumas palavras desconexas num discurso podem realmente gerar riqueza para o país?

Será que pessoas que roubam e que deixam roubar, tratando corruptos como heróis podem trazer algo de bom verdadeiramente?

A semente do crescimento brasileiro foi plantada por FHC, que enfrentou crises ferozes sem gordura para queimar, sendo que Lula pegou a casa arrumada e surfou uma onda de prosperidade mundial como nunca vista antes. E teve como único mérito não fazer as merdas que prometeu fazer durante toda a vida (rasgar contratos, acabar com propriedade privada, etc).

Só aumentaram a distribuição de recursos porque havia esse ganho para distribuir. Mas o verdadeiro ganho vem com o crescimento econômico continuado, pois de outra forma a bonança será temporária, um sonho de verão.

O Brasil evoluiu APESAR do PT estar no governo. Tivesse sido um partido mais eficiente, teríamos evoluído muito mais!

A causa da evolução brasileira foi a reforma civilizante do governo FHC associada ao ciclo de alta da economia mundial, em especial da China que pagou caro para comprar nossa pauta de exportação. O surto distributivo do PT pode ter gerado um sistema inviável. Os sinais já estão aí: inflação em alta, estagnação econômica e falta de eficiência para concorrer no mundo globalizado.

Sem a compreensão de causa e consequência todo o desfile de números comparando as gestões não servem pra nada. Imaginem que um agricultor passe vários meses arando a terra, plantando as sementes e regando a plantação. Um pouco antes da colheita chega um grupo do MST e toma a fazenda, colhendo a melhor safra que a propriedade já produziu. No final, ainda fazem a propaganda que durante a sua gestão a colheita foi gigante, enquanto o proprietário anterior não produziu nada...

O diabo é que falta ao brasileiro médio a educação necessária para entender o que escrevo. E muitos "intelectuais" esquerdistas ainda vivem a ilusão marxista da exploração dos pobres pelos ricos, babando de excitação pelo aprofundamento da política distributiva. Não percebem que esse tipo de política levada ao extremo apenas garante a igualdade de pobreza para todos. Ou então percebem que nesse tipo de sociedade os únicos que garantem a riqueza são os membros e simpatizantes do partido.

Só existe uma forma de criar crescimento perpétuo de riqueza: esforço individual, trabalho duro e liberdade, num ambiente onde a justiça funciona para todos. Isso somado a meritocracia e ao gosto pela inovação. Todas as nações mais ricas do mundo tem essa base.

Creio que o país está numa encruzilhada. Aprofundamos uma visão retrógrada, medrosa e até mesmo criminosa com o PT ou temos uma chance de avançar em reformas modernizantes com o PSDB.

No final é isso. O problema é que a decisão terá consequências mais dramáticas para quem não está consciente dos desdobramentos da sua escolha. O dependente de bolsas que vota no PT com medo de perder a sua renda a verá sendo totalmente corroída pela inflação caso o partido ganhe.

E o trabalhador que acredita que seu salário aumentou por causa do PT pode até perder o emprego por conta da crise que já está aí.


Só há um ganhador certo no caso de vitória petista: os membros do partido e seus militantes, que mamam na farta teta do Estado brasileiro.

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