sábado, 18 de outubro de 2014

Distorção dos dados, inflação, ausência de metas e medições, falta de ‘portas de saída’ e insustentabilidade fiscal desconstróem programas sociais do governo

Por Sergio U. Dani, de Bremen, Alemanha

O sucesso dos programas sociais do governo atual está questionado, no contexto da crise de credibilidade pela qual passa o atual governo e, indiretamente, todo o país. Fica difícil acreditar em governantes que são capazes de fazer de tudo para se perpetuar no poder e enriquecer, inclusive mentir, manipular dados, roubar e corromper. 

A FAO-Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura trabalha com dados fornecidos pelos governos dos países-membros. Consulte atentamente os dados lançados no site da FAO: http://www.fao.org/hunger/en/  

Observa que o Brasil, em 2002, informou, para uma população de 177 milhões de habitantes, 19 milhões de pessoas subnutridas. Esse número de subnutridos, pelo mesmo site da FAO, representaria 10,7% da população brasileira, algo como uma em cada dez pessoas. 

No período 2006-2008, para um número total de habitantes não informado no site da FAO, havia menos de 5% da população subnutrida. 

O Censo Demográfico do IBGE de 2010 indicou pouco mais de 190 milhões de habitantes. 

Os números do IBGE, combinados com os números divulgados pela FAO sugerem que existem, no Brasil, cerca de 9,5 milhões de subnutridos. Essas são apenas inferências e meta-análises de dados. A realidade é um ponto de interrogação. 

Em setembro próximo passado, uma análise do TCU-Tribunal de Contas da Unição levantou sérias dúvidas sobre a credibilidade dos números dos programas sociais do governo. Distorção dos dados, inflação, ausência de metas e medições, falta de ‘portas de saída’ e insustentabilidade fiscal desconstróem o sucesso dos programas sociais de redução da miséria, fome e pobreza no Brasil (http://www1.folha.uol.com.br/poder/2014/09/1513897-dados-sobre-reducao-da-pobreza-podem-estar-distorcidos-diz-tcu.shtml).

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