sexta-feira, 24 de outubro de 2014

MATÉRIA DE IMPEACHMENT

DILMA E LULA SABIAM DA ROUBALHEIRA NA PETROBRAS, DIZ YOUSSEF. SE FOR VERDADE, É MATÉRIA DE IMPEACHMENT SE ELA FOR REELEITA. JÁ SERIA AGORA, MAS NÃO HÁ TEMPO

Aquilo que os petistas tanto temiam desde o começo aconteceu: a operação Lava Jato bateu em Luiz Inácio Lula da Silva, ex-presidente da República, e em Dilma Roussef, Eles sabiam da roubalheira vigente na Petrobras. É o que o doleiro Alberto Youssef assegurou à Polícia Federal e ao Ministério Público no curso do processo de delação premiada. Está na capa da VEJA, que começa a circular daqui a pouco. Eis a imagem. Volto em seguida.
CAPA VEJA SABIA DE TUDO
Eu poderia engatar aqui aquela máxima de Carlos Lacerda sobre Getúlio Vargas, só para excitar a imaginação de Lula, trocando a personagem. Ficaria assim: “A Sra. Dilma Rousseff não deve ser eleita. Eleita não deve tomar posse. Empossada, devemos recorrer à revolução para impedi-la de governar.”
Mas aqueles eram tempos em que as pessoas prezavam muito pouco as instituições, a exemplo de certos partidos que estão por aí. Eu não! Eu prezo a lei e a ordem. Eu prezo a Constituição do meu país. Eu prezo os Poderes constituídos.
Se as acusações de Youssef se confirmarem, é claro que Dilma Rousseff tem de ser impedida de governar caso venha a ser reeleita, mas em razão de um processo de impeachment, regulado pela Lei 1.079, que estabelece:
Art. 2º Os crimes definidos nesta lei, ainda quando simplesmente tentados, são passíveis da pena de perda do cargo, com inabilitação, até cinco anos, para o exercício de qualquer função pública, imposta pelo Senado Federal nos processos contra o Presidente da República ou Ministros de Estado, contra os Ministros do Supremo Tribunal Federal ou contra o Procurador Geral da República.
E o texto legal estabelece os crimes que resultam em perda de mandato. Entre eles, estão:
- atuar contra a guarda e o legal emprego dos dinheiros públicos;
- não tornar efetiva a responsabilidade dos seus subordinados, quando manifesta em delitos funcionais ou na prática de atos contrários à Constituição;
- proceder de modo incompatível com a dignidade, a honra e o decoro do cargo;
Se é como diz Youssef — e lembro que ele está sob delação premiada; logo, se mentir, pode se complicar muito — , pode-se afirmar, de saída, que Dilma cometeu, quando menos, essas três infrações, sem prejuízo de outras.
Trecho do diálogo de Youssef com o juiz:
— O Planalto sabia de tudo!— Mas quem no Planalto?, perguntou o delegado.— Lula e Dilma, respondeu o doleiro.
Se Dilma for reeleita e se for verdade o que diz o doleiro, DEVEMOS RECORRER ÀS LEIS DA DEMOCRACIA — não a revoluções e a golpes — para impedir que governe. Afinal, nós estamos em 2014, não em 1954.
Por Reinaldo Azevedo

quarta-feira, 22 de outubro de 2014

Ministério divulga territórios rurais que receberão núcleos de desenvolvimento

21 / 10 / 2014  CLIPPING
http://noticias.ambientebrasil.com.br/clipping/2014/10/21/109777-ministerio-divulga-territorios-rurais-que-receberao-nucleos-de-desenvolvimento.html

O Ministério do Desenvolvimento Agrário divulgou na segunda-feira (20) que 136 territórios rurais receberão Núcleos de Extensão em Desenvolvimento Territorial (Nedets) , resultado de parceria entre o ministério e o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), firmada no primeiro semestre. Dos mais de 200 projetos apresentados, 86 foram aprovados e serão implementados em 2015 e 2016.

Estes núcleos vão assessorar os colegiados territoriais na produção de planejamentos de desenvolvimento do território e trarão ainda um trabalho específico para o empoderamento (ganho de poder) das mulheres das zonas rurais. “[Os Nedets] vão fazer uma assessoria técnica, uma assessoria na elaboração de projetos, no acompanhamento, no desenvolvimento e na elaboração do planejamento da gestão e da participação social desses 136 territórios que funcionam por meio de colegiados”, explicou o ministro Laudemir Müller.

O orçamento para os 86 projetos aprovados será R$46 milhões para 2015 e 2016. Vão trabalhar no núcleo um professor doutor de uma instituição de ensino superior pública, que é quem apresenta o projeto e será o coordenador, dois assessores territoriais, um profissional para as ações de apoio à participação das mulheres no desenvolvimento territorial e um estudante, geralmente de mestrado ou doutorado. Todos receberão bolsa de estudos.

Segundo o presidente do CNPq, Glaucius Oliva, os profissionais podem ser de diversas áreas, vai depender das especificidades do campus universitário de origem do professor que apresentou o projeto de atuação. “Dentro de cada território você tem especificidades que só o conhecimento vai poder identificar, articular, de forma a devolver esse conhecimento em forma de políticas em procedimentos, em organização que vão ajudar que cada território possa se desenvolver adequadamente”, explicou. (Fonte: Agência Brasil)

Clausura acadêmica

Por que o Brasil jamais ganhou um Prêmio Nobel? Por que a nossa universidade mais bem colocada num ranking mundial, a USP, ocupa um inquietante 226º lugar?

Por Evaldo Vilela (*)

O Globo - 18/10/2014

Hora de comemorar. A Medalha Fields de Matemática, conferida ao brasileiro Artur Ávila Cordeiro de Melo, equivalente ao Prêmio Nobel, é um feito histórico. Hora também de formular perguntas que não querem calar. Por que o Brasil jamais ganhou um Prêmio Nobel? Por que a nossa universidade mais bem colocada num ranking mundial (Times Higher Education), a USP, ocupa um inquietante 226º lugar? Por que a academia brasileira não está no debate nacional e é ignorada na agenda dos candidatos?

Talvez porque a universidade seja percebida, no Brasil, como fábrica de diplomas, mero trampolim profissional. Na sociedade do conhecimento, outros países a veem como plataforma para o desenvolvimento. Ranquear o trabalho científico não é algo simples. E nem sempre científico, stricto sensu. Mas os números do Nobel nos sugerem que há algo no ar: EUA, 334; Alemanha, 103; Canadá, 21; Áustria, 19; Argentina, cinco. Um certo Ryberg Niels colocou as Ilhas Fahroé na lista, com um Nobel de Medicina. Em outras Copas, o Brasil tem tomado severas goleadas. Nesta, sequer participa.

Nos EUA, para ir à Lua, a visão estratégica reestruturou o ensino da Matemática, alterando a lógica e o conteúdo da formação dos engenheiros. Na Ásia, foram implantados ambientes de inovação em universidades e centros de pesquisa, como parques tecnológicos, incubadoras, aceleradoras de empresas. Aproximaram o mundo da pesquisa do mundo dos negócios. O foco: a solução de problemas que impactam a qualidade de vida das pessoas, geram riquezas, novos empregos.

Receita que o Brasil tenta seguir, mas peca na quantidade, na velocidade das ações, no financiamento. Por não compreender a nova economia? Uma pena! Pois não só reúne condições como precisa reter seus cérebros: o jovem ganhador da Medalha Fields, por exemplo, trabalha hoje para a França. No passado, conseguimos reter Jacob Palis, ganhador do Prêmio Balzan, e atual presidente Academia Brasileira de Ciências.

Mas, se os brasileiros não estão falando sobre a universidade, é porque não conseguem perceber de forma clara como a instituição afeta — ou poderia afetar — as suas vidas, além do diploma! Nós, os pesquisadores, não participamos desse “diálogo” de forma direta, cognitiva, comparativa. Reservamos nossas considerações para círculos fechados, e em linguagem técnica, complexa.

A Ciência precisa entrar na agenda da sociedade. E a sociedade brasileira precisa urgentemente entrar na agenda da Ciência. Numa era de rupturas e transformações, o cientista não pode dar-se ao luxo da clausura. Urgem políticas públicas em favor do aprendizado, do despertar de novos talentos, de jovens empreendedores.

Eles estão aí e não são poucos. Buscam projetos profissionais, mas também buscam causas, apoiadas em anseios planetários por um mundo melhor. Nesse contexto, criamos com o Instituto Fórum do Futuro, presidido pelo ex-ministro, ganhador do World Food Prize, Alysson Paulinelli, o Prêmio Novos Talentos Para a Agricultura Sustentável, que visa aproximar jovens urbanos das áreas de tecnologia do desafio de aumentar a produção de alimentos e ao mesmo tempo intensificar a sustentabilidade. Formar cientistas, sim. Mas, também, formar cidadãos focados na solução de problemas.

Inovar é correr riscos. O modelo atual de financiamento da pesquisa estimula o pesquisador a optar pelo simples e seguro, na percepção burocrática dos órgãos de controle. Urge aprovar o Código Nacional de Ciência e Tecnologia, em substituição à Lei 8.666 para a pesquisa.

Ou o Brasil determina o próprio futuro ou está condenado à condição de usuário de pacotes de tecnologia importados. Cabe aos cientistas decodificar significados e apontar consequências. A sociedade sabe que lideramos o mercado mundial de frango. Mas não sabe que as avós (a matriz tecnológica) dos nossos pintinhos moram na Inglaterra, na Holanda, nos EUA.

(*) Evaldo Vilela é membro da Academia Brasileira de Ciências e do Fórum do Futuro.

Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/opiniao/clausura-academica-14285256#ixzz3GgtuylLg

Ângelo Machado lança jingle pela vitória de Aécio Neves

Entomólogo, ambientalista e autor de livros infantis, o mineiro Ângelo Machado compôs uma marchinha para promover a candidatura de Aécio Neves, da Coligação Muda Brasil, à Presidência da República.

O Professor Ângelo Machado é decano da Faculdade de Medicina da UFMG-Universidade Federal de Minas Gerais, um médico, cientista e professor extraordinário que inspirou e inspira inúmeras gerações de médicos e biólogos que tivemos o privilégio de ser seus alunos. O Professor Angelo Machado honra a tradição de excelência, seriedade e ética da UFMG. O apoio dele à candidatura do senador Aécio Neves para a Presidência da República é de grande significado. Ângelo Machado é conhecido e respeitado como uma das pessoas mais comprometidas com a educação e a ciência de qualidade em todos os níveis, e a conservação da natureza. Um forte abraço ao Mestre, aqui da Alemanha!


Vamos com Aécio!
(Letra de Ângelo Machado, arranjo de Geraldo Alvarenga)

Vamo’ embora minha gente
Tá na hora de votar
Nós estamos com Aécio,
E o Aécio vai ganhar

Vai acabar a bandalheira
E o Brasil vai melhorar
Com a vitória do Aécio
Todo mundo vai ganhar

Confira em:

‘O Brasil é muito mais do que o PSDB contra o PT’

Por Mirela Tavares, 19 de outubro de 2014

A frase do doutor em Ciência Política Rolf Rauschenbach exprime uma de suas impressões sobre o clima da eleição presidencial no Brasil, em que o segundo turno será no próximo dia 26, entre o candidato do PSDB, Aécio Neves, e a presidente do país, candidata do PT, Dilma Rousseff.

Rauschenbach, que morou no Brasil, também faz um comparativo sobre os modelos de campanhas brasileiras e suíças, que se diferenciam principalmente pela veiculação de publicidade no rádio e na TV. Para ele, o uso dos veículos audiovisuais no modelo brasileiro, que são proibidos nas campanhas suíças, conseguem apelar mais facilmente para as emoções dos cidadãos, abusando de uma maneira excessiva com mecanismos psicológicos, esquecendo que o processo democrático também deve ser um processo de iluminação e de amadurecimento emocional e intelectual dos cidadãos.

Diante do tamanho e da complexidade dos problemas brasileiros, Rauschenbach salienta preocupação com a crença generalizada no Brasil de que o presidente pode resolver todos os problemas do país. Ele compara ainda as constituições dos dois países, mostrando as similaridades teóricas – até mesmo a Constituição suíça como uma das inspirações para elaboração da brasileira. Porém, para ele, enquanto os conceitos básicos são os mesmos, a concretização é bem distinta. "E a meu ver, no caso brasileiro, com falhas importantes", afirma Rauschenbach, que detalha o seu pensamento na entrevista a seguir.

swissinfo.ch: Qual a sua percepção sobre o atual cenário político do Brasil, com Dilma Rousseff e Aécio Neves disputando o segundo turno para a presidência da República?

Rolf Rauschenbach: Existem duas interpretações desse cenário: ou os candidatos do PSDB e do PT são realmente os melhores representantes e, por isso, são aqueles que podem e devem disputar a presidência no segundo turno, ou as estruturas institucionais e socioeconômicas do Brasil perpetuam principalmente aqueles que já estão no poder, independentemente das suas qualidades. Na realidade, deve ser uma mistura dos dois fatores, já que são interdependentes. Mas me parece que, no Brasil, o segundo tem cada vez mais peso. Neste contexto, vale lembrar que em eleições majoritárias como as presidenciais, todas as forças convergem para o centro, já que é ali onde se ganha mais facilmente a maioria. As retóricas antagonistas entre o PSDB e o PT procuram estabelecer diferenças programáticas, que na realidade acabam sendo bem menores. Considerando o fato de o  Brasil ser um país enorme e complexo, me parece estranho achar que existem somente duas propostas – muito parecidas – sobre como fazer o Brasil progredir. Por isso, tive bastante simpatia pela Marina Silva e alguns outros chamados candidatos nanicos, até porque tenho certeza de que o Brasil é muito mais do que PSDB contra PT.

swissinfo.ch: O que achou das campanhas?

RR.: Em eleições, por definição, os candidatos são vistos antes das ideias e dos projetos. Por isso, as campanhas tendem a ser mais emotivas, mais pessoais do que as em torno de questões específicas, como é o caso em um referendo ou um plebiscito. No Brasil, essa tendência está ainda fortalecida pelo fato de que a maior parte da comunicação pública é transmitida pela TV e pelo rádio. Veículos audiovisuais conseguem apelar mais facilmente para as emoções dos cidadãos do que debates travados nas mídias impressas.

A meu ver, as campanhas atuais abusam de uma maneira excessiva destes mecanismos psicológicos. Afinal, não podemos esquecer que o processo democrático sempre deveria ser também um processo de iluminação, de amadurecimento emocional e intelectual dos cidadãos. Vejo poucas contribuições nessa direção, mas muito bate-boca vazio de ideias construtivas.

swissinfo.ch: O que se pode esperar com a vitória de Dilma ou de Aécio do ponto de vista dos programas de governo apresentados e das alianças que estabeleceram?

RR.: Pelo que vi, são poucas as promessas concretas de ambos os candidatos, e no fundo não acho que haverá diferenças programáticas substanciais entre um presidente Aécio ou uma presidente Dilma. Do lado do Aécio, seria suicídio mexer fundamentalmente com os programas sociais expandidos pelo PT. Da mesma forma, seria suicídio da Dilma não tomar medidas sérias a respeito da inflação, dívida pública, Petrobras etc. Porém, esperaria mais dinamismo do Aécio do que da Dilma. Ela e o PT me parecem intelectualmente esgotados. O PT precisa se renovar em termos de ideias e de pessoas. Conseguiria isso mais facilmente e com mais benefícios para o Brasil se estivesse na oposição.

swissinfo.ch: O que esperar da campanha neste segundo turno?

RR.: São semanas longas. Os apoiadores da Dilma podem atacar de uma maneira extremamente violenta o Aécio como eles o fizeram com Marina. No outro lado, existem várias brechas pelas quais o Aécio pode criticar e fragilizar a candidatura da Dilma. Ao meu ver, o jogo ainda está aberto. Acharia importante que os dois candidatos tentassem moderar os seus apoiadores para não esquentar mais este clima pesado.

swissinfo.ch: Antes da Copa do Mundo, o Brasil foi tomado por manifestações populares, que o senhor chegou a declarar que não sabia como não tinham acontecido antes, diante de tantos problemas do país. Como o senhor percebe esta tolerância e passividade da população em relação a má gestão dos governos em suas diversas instâncias?

RR.: É verdade. Do meu “ponto de vista suíço”, foi difícil entender a passividade da população brasileira. As manifestações de 2013 faziam muito sentido para mim. Mas deveríamos evitar uma interpretação romântica demasiada desses acontecimentos: de uma população de 200 milhões de habitantes, 1 milhão foi à rua. Nas pesquisas, o apoio aos manifestantes foi grande, mas já na época foi difícil tirar conclusões concretas sobre elas. Do “ponto de vista brasileiro”, a passividade é um senso bastante comum: há uma parte enorme da população, que todo dia tem que lutar pela sobrevivência e para a qual qualquer grande mudança tende a representar uma ameaça ao status quo fragilizado. É por isso que essas pessoas tendem a ter atitudes mais conservadoras. Mas é claro que as coisas mudarão somente a partir do momento no qual haja uma participação mais ampla e profunda de todos os cidadãos.

swissinfo.ch: A eleição presidencial acaba sendo a mais discutida, mas as escolhas para o legislativo também são fundamentais. Como o senhor analisa o formato das campanhas e no que realmente contribuem para ajudar as pessoas a escolherem seus candidatos?

RR.: Sem dúvida, o foco das campanhas é para presidente. O presidente brasileiro é muito poderoso, comparando com outras democracias como França e Estados Unidos, e por isso fica ainda mais no centro das atenções. Como já mencionei, considero o peso dos veículos audiovisuais problemático, sem falar da qualidade das contribuições no horário gratuito e dos debates de TV quase esterilizados. Mas é muito simples criticar os formatos. O problema é mais fundamental. Os legislativos têm pouco poder, em particular no nível municipal e estadual, e por isso não recebem tanta atenção.

swissinfo.ch: O modelo político suíço poderia servir de exemplo para o brasileiro de alguma maneira, mesmo sendo países com diferenças tão grandes?

RR.: Apesar das diferenças óbvias entre a Suíça e o Brasil, os dois países têm constituições muito parecidas. São duas federações, por acaso ambas com 26 Estados – ou 26 cantões, no caso suíço. A autonomia dos municípios e dos estados é algo fundamental. As duas constituições preveem iniciativas populares e referendos, um fato que é raro no nível federal. Não há dúvida de que a Constituinte Brasileira se inspirou – entre outras fontes - na constituição Suíça. Mas enquanto os conceitos básicos são os mesmos, a concretização é bem distinta. E a meu ver, no caso brasileiro, com falhas importantes.

swissinfo.ch: Poderia exemplificar?

RR.: Pela Constituição, o Brasil é uma federação, mas na realidade temos uma centralização do poder muito grande. Em primeiro lugar, na presidência, depois, nos governadores. Os municípios são fracos e não usufruem a autonomia que deveriam ter em um regime federativo. Em parte, isso é devido à concentração das atividades econômicas e a subsequente arrecadação de impostos em grandes centros urbanos, deixando muitos outros municípios dependentes dos repasses estaduais e federais. Até um certo ponto, isto é inevitável. Existem também na Suíça municípios e cantões que dependem de repasses. Mas, me parece que no Brasil o desequilíbrio é grande demais. Vejo poucas ideias de como reverter este quadro. Todo mundo sempre olha para o presidente, em vez de tomar uma atitude de responsabilidade própria. Outro exemplo são os processos de democracia direta, como a iniciativa popular ou o referendo. As versões brasileiras desses mecanismos são pouco participativas e não permitem aos cidadãos aproveitar o potencial inovador e transformador que é inerente a eles.

swissinfo.ch: E como isso se complica no Brasil?

RR.: O resultado dessas distorções é uma desvantagem institucional que não é fácil para compensar. No fundo, leva a maioria a atitudes menos responsáveis, já que aparentemente somente o presidente ou o governador têm capacidade de avançar as questões. É obvio que assim os desafios complexos que o Brasil enfrenta nunca poderão ser resolvidos. É preciso a contribuição de cada um.

swissinfo.ch: Os recursos que os partidos recebem de empresas para as campanhas são alvo de muita polêmica. O senhor acredita em algum formato ideal para que as campanhas possam ser feitas sem que a máquina do governo sirva depois como uma moeda de troca?

RR.: Uma forma ideal não existe. O processo democrático implica certas intenções normativas, mas não anula o fato de que interesses distintos lutem pelo poder. Nessa luta são usadas armas de vários tipos: argumentos e dinheiro talvez sejam as mais importantes. A presença de dinheiro é inevitável e nem sempre necessariamente problemática. O estabelecimento de transparência sobre o financiamento de campanhas já é um progresso importante. Talvez seja necessário comunicar estes dados mais ativamente, por exemplo, durante o horário gratuito.

swissinfo.ch: Como é a situação na Suíça?

RR.: Na Suíça encontramos fatos quase curiosos. Não há nenhum regulamento sobre o financiamento de campanhas e partidos: não há limites, não há transparência, nada! Este problema é parcialmente sanado pela proibição de qualquer informação publicitária eleitoral no rádio e TV. E nenhum candidato pode veicular propaganda em rádio ou TV. Há anúncios nos jornais, panfletos enviados pelo correio e pela internet... Isso reduz bastante os custos, porque o que realmente encarece as campanhas são os programas de rádio e TV. A princípio acho isso uma solução genial, pois o que se vê na publicidade política na grande maioria não tem nenhum valor educativo. Custa muito e atrapalha o processo. Mas em um país como o Brasil, que tem uma população tão grande e com tantos analfabetos (ainda que funcionais), não poderia sobreviver sem rádio ou TV. Não acho que o modelo suíço seja viável para o Brasil.

Por Mirela Tavares, São Paulo,

Rolf Rauschenbach é Pós-Doutorando em Ciência Política (USP), Doutor em Ciência Política (Universität St. Gallen, Suíça), Mestre em Ciência Política e Relações Internacionais (Universität St. Gallen), Bacharel em Economia e Administração (Universität St. Gallen), com intercâmbios em Economia e Administração (Université Catolique de Louvain-la-Neuve, Bélgia e New York University, EUA), em Ciência Política (Institut des études politiques de Paris, França) e em Filosofia (Universität Basel, Suiça). Atualmente é bolsista da FAPESP e pesquisador no NUPPs, trabalhando sobre os processos de democracia direta (plebiscito, referendo, iniciativa popular de lei) no Brasil.Fonte; NUZPPs (Núcleo de Pesquisas em Plíticas Públicas da Universidade de São Paulo).

Causa e consequência

Por Leandro Ruschel, outubro de 2014 (artigo publicado originalmente no Facebook)

Parece que nesse debate eleitoral falta o desenvolvimento da definição de causa e consequência.

Por exemplo, se a vida melhorou enquanto o PT estava na presidência isso não significa necessariamente que o partido tenha sido a causa dessa melhora.

Para conseguir chegar a uma resposta mais próxima da realidade, é preciso usar a lógica e os exemplos históricos.

O que é mais importante: estabilidade monetária, responsabilidade fiscal e eficiência de gestão ou simplesmente a distribuição de benefícios sociais sem a âncora no crescimento econômico, que vai durar até acabar os recursos do último ciclo de alta?

Alguém pode acreditar realmente que gestores como Lula, que brada aos quatro ventos que nunca leu um livro na vida, ou Dilma, quem mal consegue balbuciar algumas palavras desconexas num discurso podem realmente gerar riqueza para o país?

Será que pessoas que roubam e que deixam roubar, tratando corruptos como heróis podem trazer algo de bom verdadeiramente?

A semente do crescimento brasileiro foi plantada por FHC, que enfrentou crises ferozes sem gordura para queimar, sendo que Lula pegou a casa arrumada e surfou uma onda de prosperidade mundial como nunca vista antes. E teve como único mérito não fazer as merdas que prometeu fazer durante toda a vida (rasgar contratos, acabar com propriedade privada, etc).

Só aumentaram a distribuição de recursos porque havia esse ganho para distribuir. Mas o verdadeiro ganho vem com o crescimento econômico continuado, pois de outra forma a bonança será temporária, um sonho de verão.

O Brasil evoluiu APESAR do PT estar no governo. Tivesse sido um partido mais eficiente, teríamos evoluído muito mais!

A causa da evolução brasileira foi a reforma civilizante do governo FHC associada ao ciclo de alta da economia mundial, em especial da China que pagou caro para comprar nossa pauta de exportação. O surto distributivo do PT pode ter gerado um sistema inviável. Os sinais já estão aí: inflação em alta, estagnação econômica e falta de eficiência para concorrer no mundo globalizado.

Sem a compreensão de causa e consequência todo o desfile de números comparando as gestões não servem pra nada. Imaginem que um agricultor passe vários meses arando a terra, plantando as sementes e regando a plantação. Um pouco antes da colheita chega um grupo do MST e toma a fazenda, colhendo a melhor safra que a propriedade já produziu. No final, ainda fazem a propaganda que durante a sua gestão a colheita foi gigante, enquanto o proprietário anterior não produziu nada...

O diabo é que falta ao brasileiro médio a educação necessária para entender o que escrevo. E muitos "intelectuais" esquerdistas ainda vivem a ilusão marxista da exploração dos pobres pelos ricos, babando de excitação pelo aprofundamento da política distributiva. Não percebem que esse tipo de política levada ao extremo apenas garante a igualdade de pobreza para todos. Ou então percebem que nesse tipo de sociedade os únicos que garantem a riqueza são os membros e simpatizantes do partido.

Só existe uma forma de criar crescimento perpétuo de riqueza: esforço individual, trabalho duro e liberdade, num ambiente onde a justiça funciona para todos. Isso somado a meritocracia e ao gosto pela inovação. Todas as nações mais ricas do mundo tem essa base.

Creio que o país está numa encruzilhada. Aprofundamos uma visão retrógrada, medrosa e até mesmo criminosa com o PT ou temos uma chance de avançar em reformas modernizantes com o PSDB.

No final é isso. O problema é que a decisão terá consequências mais dramáticas para quem não está consciente dos desdobramentos da sua escolha. O dependente de bolsas que vota no PT com medo de perder a sua renda a verá sendo totalmente corroída pela inflação caso o partido ganhe.

E o trabalhador que acredita que seu salário aumentou por causa do PT pode até perder o emprego por conta da crise que já está aí.


Só há um ganhador certo no caso de vitória petista: os membros do partido e seus militantes, que mamam na farta teta do Estado brasileiro.

sábado, 18 de outubro de 2014

Distorção dos dados, inflação, ausência de metas e medições, falta de ‘portas de saída’ e insustentabilidade fiscal desconstróem programas sociais do governo

Por Sergio U. Dani, de Bremen, Alemanha

O sucesso dos programas sociais do governo atual está questionado, no contexto da crise de credibilidade pela qual passa o atual governo e, indiretamente, todo o país. Fica difícil acreditar em governantes que são capazes de fazer de tudo para se perpetuar no poder e enriquecer, inclusive mentir, manipular dados, roubar e corromper. 

A FAO-Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura trabalha com dados fornecidos pelos governos dos países-membros. Consulte atentamente os dados lançados no site da FAO: http://www.fao.org/hunger/en/  

Observa que o Brasil, em 2002, informou, para uma população de 177 milhões de habitantes, 19 milhões de pessoas subnutridas. Esse número de subnutridos, pelo mesmo site da FAO, representaria 10,7% da população brasileira, algo como uma em cada dez pessoas. 

No período 2006-2008, para um número total de habitantes não informado no site da FAO, havia menos de 5% da população subnutrida. 

O Censo Demográfico do IBGE de 2010 indicou pouco mais de 190 milhões de habitantes. 

Os números do IBGE, combinados com os números divulgados pela FAO sugerem que existem, no Brasil, cerca de 9,5 milhões de subnutridos. Essas são apenas inferências e meta-análises de dados. A realidade é um ponto de interrogação. 

Em setembro próximo passado, uma análise do TCU-Tribunal de Contas da Unição levantou sérias dúvidas sobre a credibilidade dos números dos programas sociais do governo. Distorção dos dados, inflação, ausência de metas e medições, falta de ‘portas de saída’ e insustentabilidade fiscal desconstróem o sucesso dos programas sociais de redução da miséria, fome e pobreza no Brasil (http://www1.folha.uol.com.br/poder/2014/09/1513897-dados-sobre-reducao-da-pobreza-podem-estar-distorcidos-diz-tcu.shtml).

quinta-feira, 16 de outubro de 2014

Manifesto de professores de Economia

Este texto é um manifesto de um grupo de 164 professores de Economia, ligados a diversas instituições universitárias  no Brasil e no exterior. O nosso objetivo é desconstruir um dos inúmeros argumentos falaciosos ventilados na campanha eleitoral.

1) Não há, no momento, uma crise internacional generalizada.

■ Alguns de nossos pares na América Latina, uma região bastante sensível a turbulências na economia mundial, estão em franca expansão econômica.
■ Projeta-se, por exemplo, que a Colômbia cresça 4,8% em 2014, com inflação de 2,8%. Já a economia peruana deve crescer 3,6%, com inflação de 3,2%. O México deve crescer 2,4%, com inflação de 3,9% (1).
■ No Brasil, teremos crescimento próximo de zero com a inflação próxima de 6,5% 
(1).
■ Entre as 38 economias com estatísticas de crescimento do PIB disponíveis no sítio da OCDE, apenas Brasil, Argentina, Islândia e Itália encontram-se em recessão (2).
■ Como todos os países fazem parte da mesma economia global, não pode haver crise internacional generalizada apenas para alguns.
■ É emblemático que, dentre os países da América do Sul, apenas Argentina e Venezuela devem crescer menos que o Brasil em 2014 
(1).

2) Neste cenário de baixo crescimento e inflação alta, a semente do desemprego está plantada. E os avanços sociais obtidos com muito sacrifício ao longo das últimas décadas estão em risco.

3) O atual governo tenta se eximir de qualquer responsabilidade pelo nosso desempenho econômico pífio e culpa a crise internacional. Entretanto, como a realidade dos fatos mostra que não há crise internacional generalizada, a explicação só pode ser outra.

4) Em grande parte, atribuímos o desempenho medíocre da economia brasileira e a perspectiva de retrocesso nas conquistas sociais às políticas econômicas equivocadas do atual governo.

5) O atual governo ressuscitou os fantasmas da inflação e da instabilidade macroeconômica.

■ Uma política monetária inadequada gerou a suspeita de intervenções de cunho político no Banco Central, que foi fatal para sua credibilidade.
■ A utilização recorrente de truques contábeis destruiu a confiança na política fiscal.
■ Esta combinação de políticas monetária e fiscal opacas e inadequadas gerou um cenário macroeconômico extremamente adverso, com inflação alta e crescimento baixo.

6) O governo Dilma amedrontou os investimentos.

■ Houve mudanças constantes e inesperadas de regras, como alterações arbitrárias de alíquotas de impostos.
■ Diante desta instabilidade das regras do jogo, a desconfiança aumentou e o horizonte dos empresários encurtou.
■ O acesso privilegiado aos órgãos governamentais passou a ser uma atividade mais lucrativa que o planejamento e investimento de longo prazo.

7) A mudança das regras do jogo não afetou apenas a iniciativa privada.

■ O excesso de intervencionismo nas empresas estatais, como o represamento artificial dos preços de energia e gasolina, minou a capacidade de investimento dessas empresas.
■ Por conta de empreendimentos questionáveis do ponto de vista econômico, a capacidade de investimento da Petrobrás foi comprometida.

8) O atual governo expandiu a oferta de crédito subsidiado de forma discricionária e irresponsável.

■ A distribuição arbitrária de crédito subsidiado produz distorções na alocação de recursos do país e contribui para o baixo crescimento econômico.
■ Os subsídios envolvidos geram altos custos fiscais que o atual governo tenta esconder com malabarismos e truques contábeis. Estes expedientes destruíram a confiança nas estatísticas fiscais do país.
■ Os recursos gastos na forma de subsídios injustificados poderiam ser utilizados para ampliar programas sociais e investimentos públicos em educação, saúde e infra-estrutura.
■ O Brasil precisa continuar avançando na direção de uma sociedade mais justa e igualitária, com melhor distribuição de renda.
■ Além de deletéria para o desenvolvimento do país, a política de distribuição arbitrária de crédito subsidiado para grandes grupos econômicos é concentradora de renda.

No ambiente econômico do Brasil de hoje, os frutos de um novo empreendimento podem ser facilmente corroídos por mudanças inesperadas nas regras do jogo, pela alta inflação e pelo baixo crescimento econômico. Portanto, não é surpreendente que o investimento tenha colapsado. Sem investimento, o Brasil jamais retomará o seu caminho para o desenvolvimento. E sem desenvolvimento, os avanços sociais obtidos com muito sacrifício ao longo das últimas décadas sofrerão retrocessos.

O Brasil tem sérios desafios pela frente e para enfrentá-los precisamos de um debate transparente e intelectualmente honesto. Ao usar de sua propaganda eleitoral e exposição na mídia para colocar a culpa pelo fraco desempenho econômico recente na conjuntura internacional, se eximindo da sua responsabilidade por escolhas equivocadas de políticas econômicas, o atual governo recorre a argumentos falaciosos.

14 de outubro de 2014

Fontes:
(1). Dados retirados do World Economic Outlook, FMI, Outubro de 2014.
(2). Dados retirados do sítio da OCDE (http://stats.oecd.org/). Recessão definida como variação negativa do PIB real dessazonalizado nos últimos 2 trimestres com dados disponíveis.

Assinam (em ordem alfabética) os professores abaixo:

Nome Titulação, Instituição Afiliação atual


(1) Ademar Romeiro PhD, EHESS Unicamp
(2) Adriana Bruscato Bortoluzzo Doutor, IME/USP Insper
(3) Afonso Henriques Borges Ferreira PhD, New School Ibmec MG
(4) Alan André Borges da Costa Mestre, UFMG UFOP
(5) Alan Moreira PhD, Chicago Yale University
(6) Alberto Salvo PhD, LSE National University of Singapore
(7) Alesandra de Araújo Benevides Mestre, CAEN/UFC UFC
(8) Ana Beatriz Galvão PhD, Warwick University of Warwick
(9) Anderson Mutter Teixeira Doutor, UnB FACE/UFG
(10) André Carraro Doutor, PPGE/UFRGS PPGOM/UFPel
(11) André da Cunha Bastos Mestre, USP UFG
(12) André Portela Souza PhD, Cornell EESP/FGV
(13) Antonio F. Galvao PhD, Illinois University of Iowa
(14) Antônio Márcio Buainain Doutor, Unicamp Unicamp
(15) Ari Francisco de Araujo Junior Mestre, UFMG Ibmec MG
(16) Arilda Teixeira Doutor, UFRJ Fucape
(17) Arilton Teixeira PhD, Minnesota Fucape
(18) Armando Gomes PhD, Harvard Washington University in St Louis
(19) Aureo de Paula PhD, Princeton University College London e EESP/FGV
(20) Bernardo de Vasconcellos Guimarães PhD, Yale EESP/FGV
(21) Bernardo Soares Blum PhD, UCLA University of Toronto
(22) Braz Ministério de Camargo PhD, UPenn EESP/FGV
(23) Bruno Cara Giovannetti PhD, Columbia FEA/USP
(24) Bruno Cesar Aurichio Ledo Doutor, EPGE/FGV FEA/USP-RP
(25) Bruno Ferman PhD, MIT EESP/FGV
(26) Bruno Funchal Doutor, EPGE/FGV Fucape
(27) Camila F. S. Campos PhD, Yale Insper
(28) Carolina Caetano PhD, Berkeley University of Rochester
(29) Carlos Eduardo Goncalves Doutor, USP FEA/USP
(30) Carlos Eugênio Ellery Lustosa da Costa PhD, Chicago EPGE/FGV
(31) Carlos Viana de Carvalho PhD, Princeton PUC-Rio
(32) Cecilia Machado PhD, Columbia EPGE/FGV
(33) Cézar Augusto Ramos Santos PhD, UPenn EPGE/FGV
(34) Cristian Huse PhD, LSE Stockholm School of Economics
(35) Christiano Arrigoni Coelho Doutor, PUC-Rio Ibmec RJ
(36) Christiano Modesto Penna Doutor, CAEN/UFC CAEN/UFC
(37) Cristina Terra PhD, Princeton Université de Cergy-Pontoise
(38) Claudio Djissey Shikida Doutor, PPGE/UFRGS Ibmec MG
(39) Claudio Ferraz PhD, Berkeley PUC-Rio
(40) Claudio Ribeiro de Lucinda Doutor, EAESP/FGV FEA/USP-RP
(41) Cleyzer Adrian da Cunha Doutor, UFV FACE/UFG
(42) Daniel Barboza Guimarães Doutor, CAEN/UFC UFC
(43) Daniel Bernardo Soares Ferreira PhD, Chicago London School of Economics
(44) Daniel de Abreu Pereira Uhr Doutor, UnB UFPel
(45) Daniel Gottlieb PhD, MIT University of Pennsylvania
(46) Daniel Monte PhD, Yale EESP/FGV
(47) Daniel Oliveira Cajueiro Doutor, ITA UnB
(48) Daniel Ribeiro Carvalho PhD, Harvard University of Southern California
(49) David Turchick Doutor, EPGE/FGV FEA/USP
(50) Eduardo Augusto de Souza-Rodrigues PhD, Yale University of Toronto
(51) Eduardo Correia de Souza Doutor, UFRJ Insper
(52) Eduardo Faingold PhD, UPenn Yale University
(53) Eduardo Fonseca Mendes PhD, Northwestern University of New South Wales
(54) Eduardo Zilberman PhD, NYU PUC-Rio
(55) Elano Ferreira Arruda Doutor, CAEN/UFC CAEN/UFC
(56) Emanuel Ornelas PhD, Wisconsin-Madison London School of Economics
e EESP/FGV
(57) Emerson Marinho Doutor, EPGE/FGV CAEN/UFC
(58) Emilson Caputo Delfino Silva PhD, Illinois University of Alberta
(59) Fábio Massaúd Caetano Doutor, PPGE/UFRGS UFPel
(60) Fabio Miessi PhD, LSE FEA/USP
(61) Fabio Orfali Mestre, USP Insper
(62) Felipe Garcia Ribeiro Doutor, EESP/FGV UFPel
(63) Fernando Botelho PhD, Princeton FEA/USP
(64) Fernando Vendramel Ferreira PhD, Berkeley University of Pennsylvania
(65) Flávia Lúcia Chein Feres Doutor, Cedeplar/UFMG PPGEA/UFJF
(66) Francisco Junqueira Moreira da Costa PhD, LSE EPGE/FGV
(67) Gabriel de Abreu Madeira PhD, Chicago FEA/USP
(68) George Henrique de Moura Cunha Doutor, UnB UCB
(69) Geraldo Biasoto Jr Doutor, IE/Unicamp IE/Unicamp
(70) Gil Riella PhD, NYU UnB
(71) Gisele Ferreira Tiryaki  PhD, George Mason UFBA
(72) Gregorio Caetano PhD, Berkeley University of Rochester
(73) Guilherme Hamdan Gontijo Mestre, PPGE/UFRGS Ibmec MG
(74) Guilherme Irffi Doutor, CAEN/UFC CAEN/UFC
(75) Gustavo Manso PhD, Stanford University of California, Berkeley
(76) Gustavo Mauricio Gonzaga PhD, Berkeley PUC-Rio
(77) Gustavo Ramos Sampaio PhD, Illinois UFPE
(78) Heitor Almeida PhD, Chicago University of Illinois at Urbana-Champaign
(79) Helder Ferreira de Mendonça Doutor, UFRJ UFF
(80) Jair Andrade Araujo Doutor, CAEN/UFC MAER/UFC
(81) João Manoel Pinho de Mello PhD, Stanford Insper
(82) João Victor Issler PhD, San Diego EPGE/FGV
(83) José A. Rodrigues-Neto PhD, Wisconsin Australian National University
(84) José Coelho Matos Filho Doutor, UnB UFC
(85) José Guilherme de Lara Resende PhD, Chicago UnB
(86) José Maria Ferreira Jardim da Silveira Doutor, Unicamp Unicamp
(87) Juliana Inhasz Doutor, FEA/USP Insper
(88) Juliana Terreiro Salomao PhD, Stanford University of Minessota
(89) Juliano Junqueira Assunção Doutor, PUC-Rio PUC-Rio
(90) Klenio de Souza Barbosa PhD, Toulouse EESP/FGV
(91) Leandro Rocco PhD, Illinois UFC
(92) Leonardo Rezende PhD, Stanford PUC-Rio
(93) Lucas Maestri PhD, Yale EPGE/FGV
(94) Luciana Yeung Luk Tai Doutor, EESP/FGV Insper
(95) Luciano I. de Castro Doutor, IMPA University of Iowa
(96) Luis Henrique Bertolino Braido PhD, Chicago EPGE/FGV
(97) Marcel Scharth PhD, VU University Amsterdam University of New South Wales
(98) Marcelo Arbex  PhD, Illinois University of Windsor
(99) Marcelo Cunha Medeiros Doutor, PUC-Rio PUC-Rio
(100) Marcelo de Albuquerque e Mello PhD, Illinois Ibmec RJ
(101) Marcelo de Castro Callado PhD, University of Cologne UFC
(102) Marcelo de Oliveira Passos Doutor, UFPR UFPel
(103) Marcelo Eduardo Alves da Silva PhD, UNC Chapel Hill UFPE
(104) Marcelo Fernandes PhD, Université Libre de Bruxelles EESP/FGV e
Queen Mary University of London
(105) Marcelo Rodrigues dos Santos Doutor, EPGE/FGV Insper
(106) Marcelo Savino Portugal PhD, Warwick UFRGS
(107) Marcio Gomes Pinto Garcia PhD, Stanford PUC-Rio
(108) Márcio Veras Corrêa Doutor, Universidade Técnica de Lisboa CAEN/UFC
(109) Marco Bonomo PhD, Princeton Insper
(110) Marcos Costa Holanda PhD, Illinois CAEN/UFC
(111) Marina Mendes Tavares PhD, Minnesota ITAM, Mexico
(112) Mauricio Benegas Doutor, CAEN/UFC CAEN/UFC
(113) Maurício Soares Bugarin PhD, Illinois UnB
(114) Mauro Rodrigues Doutor, UCLA FEA/USP
(115) Marco Aurélio Bittencourt Doutor, UnB UCB
(116) Naercio Aquino Menezes Filho PhD, University of London Insper e FEA/USP
(117) Natalia Piqueira PhD, Princeton University of Houston
(118) Nathalie Gimenes Sanches PhD, Queen Mary University of London FEA/USP
(119) Nelson Camanho da Costa Neto PhD, LSE Catolica Lisbon School of
Business & Economics
(120) Nelson Seixas dos Santos Doutor, USP PPGE/UFRGS
(121) Osvaldo Candido da Silva Filho Doutor, UFRGS UCB
(122) Paulo Natenzon PhD, Princeton Washington University in St Louis
(123) Paulo Rogério Faustino Matos Doutor, EPGE/FGV CAEN/UFC
(124) Pedro A. C. Saffi PhD, London Business School University of Cambridge
(125) Pedro Cavalcanti Ferreira PhD, UPenn EPGE/FGV
(126) Pedro H. Albuquerque PhD, Wisconsin-Madison KEDGE Business School
(127) Pedro Hemsley PhD, Toulouse UERJ
(128) Peri Agostinho da Silva Junior PhD, Illinois Kansas State University
(129) Pery Francisco Assis Shikida Doutor, ESALQ/USP Unioeste
(130) Pricila Maziero PhD, Minnesota University of Pennsylvania
(131) Priscila Casari Doutor, ESALQ/USP UFG
(132) Rafael B. Barbosa Doutor, CAEN/UFC Sobral/UFC
(133) Rafael de Vasconcelos Xavier Ferreira Doutor, EPGE/FGV FEA/USP
(134) Rafael Dix Carneiro PhD, Princeton Duke University
(135) Rafael Lopes de Melo PhD, Yale University of Chicago
(136) Regis Augusto Ely Doutor, UnB UFPel
(137) Renata Narita PhD, UCL FEA/USP
(138) Renato Dias de Brito Gomes PhD, Northwestern Université de Toulouse
(139) Renato Fragelli Cardoso Doutor, EPGE/FGV EPGE/FGV
(140) Ricardo A. de Castro Pereira Doutor, EPGE/FGV CAEN/UFC
(141) Ricardo D. O. Brito Doutor, EPGE/FGV Insper
(142) Ricardo de Abreu Madeira PhD, BU FEA/USP
(143) Rinaldo Barcia Fonseca Doutor, Unicamp Unicamp
(144) Roberto Ellery Jr Doutor, UnB UnB
(145) Rodrigo de Losso da Silveira Bueno PhD, Chicago FEA/USP
(146) Rodrigo Lanna Franco da Silveira Doutor, USP IE/Unicamp
(147) Rodrigo Moita PhD, Illinois Insper
(148) Rodrigo Nobre Fernandez Doutor, UFRGS UFPel
(149) Rodrigo R. Soares PhD, Chicago EESP/FGV
(150) Rogério Mazali PhD, Tulane University UCB
(151) Rogério Moreira de Siqueira Mestre, CAEN/UFC UFC
(152) Romero Cavalcanti Barreto da Rocha Doutor, PUC-Rio UFRJ
(153) Ronald Otto Hillbrecht PhD, Illinois PPGE/UFRGS
(154) Rozane Bezerra de Siqueira PhD, UCL UFPE
(155) Ruy Monteiro Ribeiro PhD, Chicago PUC-Rio
(156) Sabino da Silva Porto Júnior Doutor, PPGE/UFRGS UFRGS
(157) Thiago de Oliveira Souza PhD, University of London Southern
Denmark University
(158) Tiago V. de V. Cavalcanti PhD, Illinois University of Cambridge
(159) Tiago Couto Berriel PhD, Princeton PUC-Rio
(160) Vander Mendes Lucas PhD, Université Catholique de Louvain UnB
(161) Vinicius Carrasco PhD, Stanford PUC-Rio
(162) Vitor Borges Monteiro Doutor, CAEN/UFC FEAAC/UFC
(163) Vitor Hugo Miro Couto Silva Mestre, CAEN/UFC UFC
(164) Walter Novaes Filho PhD, MIT PUC-Rio

O prazo para aderir a este manifesto se encerrou às 16h do dia 14 de
outubro de 2014. Agradecemos as manifestações de apoio e encorajamos a
divulgação deste manifesto.

Contato: manifestoprofecon@gmail.com.

segunda-feira, 13 de outubro de 2014

"Dilma, a presidanta" e "Petralhas 1313"

Neste ponto da disputa presidencial, nada que Dilma Rousseff ou Lula da Silva ou qualquer outro membro ou aficcionado do PT afirma é digno de crédito. Depois de tanta mentira e engodo e má-gestão, o PT afundou numa crise de credibilidade. O que está na cabeça das pessoas não é "Dilma 13", e sim "Dilma, a presidanta" e "Petralhas 1313".

"QI eleitoral"


Apenas 36 candidatos a deputado federal foram eleitos por voto direto e nominal nestas eleições. Os outros 478 "ganharam" ou se beneficiaram de votos oriundos do "quociente eleitoral". Entenda esta conta mágica: http://goo.gl/GJf0TN (Crédito: José Cruz / ABr)

domingo, 12 de outubro de 2014

Governo Dilma é o pior da história para o ambiente, diz especialista.

http://www1.folha.uol.com.br/poder/2014/01/1399512-governo-dilma-e-o-pior-da-historia-para-o-meio-ambiente-diz-ambientalista.shtml

Minha posição.

http://marinasilva.org.br/posicionamento-de-marina-silva-segundo-turno-da-eleicao-presidencial/http://marinasilva.org.br/posicionamento-de-marina-silva-segundo-turno-da-eleicao-presidencial/Ontem, em Recife, o candidato Aécio Neves apresentou o documento “Juntos pela Democracia, pela Inclusão Social e pelo Desenvolvimento Sustentável”.http://marinasilva.org.br/posicionamento-de-marina-silva-segundo-turno-da-eleicao-presidencial/
Por Marina Silva, em 12 de outubro de 2014.

"Quero, de início, deixar claro que entendo esse documento como uma carta compromisso com os brasileiros, com a nação.
Rejeito qualquer interpretação de que seja dirigida a mim, em busca de apoio.
Seria um amesquinhamento dos propósitos manifestados por Aécio imaginar que eles se dirigem a uma pessoa e não aos cidadãos e cidadãs brasileiros.
E seria um equívoco absoluto e uma ofensa imaginar que me tomo por detentora de poderes que são do povo ou que poderia vir a ser individualmente  destinatária de promessas ou compromissos.
Os compromissos explicitados e assinados por Aécio tem como única destinatária a nação e a ela deve ser dada satisfação sobre seu cumprimento.
E é apenas nessa condição que os avaliei para orientar minha posição neste segundo turno das eleições presidenciais.
Estamos vivendo nestas eleições uma experiência intensa dos desafios da política.
Para mim eles começaram há um ano, quando fiz com Eduardo Campos a aliança que nos trouxe até aqui.
Pela primeira vez, a coligação de partidos se dava exclusivamente por meio de um programa, colocando as soluções para o país acima dos interesses específicos de cada um.
Em curto espaço de tempo, e sofrendo os ataques destrutivos de uma política patrimonialista, atrasada e movida por projetos de poder pelo poder, mantivemos nosso rumo, amadurecemos, fizemos a nova política na prática.
Os partidos de nossa aliança tomaram suas decisões e as anunciaram.
Hoje estou diante de minha decisão como cidadã e como parte do debate que está estabelecido na sociedade brasileira.
Me posicionarei.
Prefiro ser criticada lutando por aquilo que acredito ser o melhor para o Brasil do que me tornar prisioneira do labirinto da defesa do meu interesse próprio, onde todos os caminhos e portas que percorresse e passasse só me levariam ao abismo de meus interesses pessoais.
A política para mim não pode ser apenas, como diz Bauman, a arte de prometer as mesmas coisas.
Parodiando-o, eu digo que não pode ser a arte de fazer as mesmas coisas.
Ou seja, as velhas alianças pragmáticas, desqualificadas, sem o suporte de um programa a partir do qual dialogar com a nação.
Vejo no documento assinado por Aécio mais um elo no encadeamento de momentos históricos que fizeram bem ao Brasil e construíram a plataforma sobre a qual nos erguemos nas últimas décadas.
Ao final da Presidência de Fernando Henrique Cardoso, a sociedade brasileira demonstrou que queria a alternância de poder, mas não a perda da estabilidade econômica.
E isso foi inequivocamente acatado pelo então candidato da oposição, Luiz Inácio Lula da Silva, num reconhecimento do mérito de seu antecessor e de que precisaria dessas conquistas para levar adiante o seu projeto de governo.
Agora, novamente, temos um momento em que a alternância de poder fará bem ao Brasil, e o que precisa ser reafirmado é o caminho dos avanços sociais, mas com gestão competente do Estado e com estabilidade econômica, agora abalada com a volta da inflação e a insegurança trazida pelo desmantelamento de importantes instituições públicas.
Aécio retoma o fio da meada virtuoso e corretamente manifesta-se na forma de um compromisso forte, a exemplo de Lula em 2002, que assumiu compromissos com a manutenção do Plano Real, abrindo diálogo com os setores produtivos.
Doze anos depois, temos um passo adiante, uma segunda carta aos brasileiros, intitulada: “Juntos pela democracia, a inclusão social e o desenvolvimento sustentável”.
Destaco os compromissos que me parecem cruciais na carta de Aécio:
O respeito aos valores democráticos, a ampliação dos espaços de exercício da democracia e o resgate das instituições de Estado.

  • A valorização da diversidade sociocultural brasileira e o combate a toda forma de discriminação.
  • A reforma política, a começar pelo fim da reeleição para cargos executivos, que tem sido fonte de corrupção e mau uso das instituições de Estado.
  • Sermos capazes de entender que, no mundo atual, a ampliação da participação popular no processo deliberativo, através da utilização das redes sociais, de conselhos e das audiências públicas sobre temas importantes, não se choca com os princípios da democracia representativa, que têm que ser preservados.
  • Compromissos sociais avançados com a Educação, a Saúde, a Reforma Agrária.
  • Prevenção frente a vulnerabilidade da juventude, rejeitando a prevalência da ótica da punição.
  • Lei para o Bolsa Família, transformando-o em programa de Estado
  • Compromissos socioambientais de desmatamento zero, políticas corretas de Unidades de Conservação, trato adequado da questão energética, com diversificação de fontes e geração distribuída.
  • Inédita determinação de preparar o país para enfrentar as mudanças climáticas e fazer a transição para uma economia de baixo carbono, assumindo protagonismo global nessa área.
  • Manutenção das conquistas e compromisso de assegurar os direitos indígenas, de comunidades quilombolas e outras populações tradicionais. Manutenção da prerrogativa do Poder Executivo na demarcação de Terras indígenas
  • Compromissos com as bases constitucionais da federação, fortalecendo Estados e municípios e colocando o desenvolvimento regional como eixo central da discussão do Pacto Federativo.

Finalmente, destaco e apoio o apelo à união do Brasil e à busca de consenso para construir uma sociedade mais justa, democrática, decente e sustentável.
Entendo que os compromissos assumidos por Aécio são a base sobre a qual o pais pode dialogar de maneira saudável sobre seu presente e seu futuro.
É preciso, e faço um apelo enfático nesse sentido, que saiamos do território da política destrutiva para conseguir ver com clareza os temas estratégicos para o desenvolvimento do país e com tranquilidade para debatê-los tendo como horizonte o bem comum.
Não podemos mais continuar apostando no ódio, na calúnia e na desconstrução de pessoas e propostas apenas pela disputa de poder que dividem o Brasil.
O preço a pagar por isso é muito caro: é a estagnação do Brasil, com a retirada da ética das relações políticas.
É a substituição da diversidade pelo estigma, é a substituição da identidade nacional pela identidade partidária raivosa e vingativa.
É ferir de morte nossa democracia.
Chegou  o momento de interromper esse caminho suicida e apostar, mais uma vez, na alternância de poder sob a batuta da sociedade, dos interesses do país e do bem comum.
É com esse sentimento que, tendo em vista os compromissos assumidos por Aécio Neves,  declaro meu voto e meu apoio neste segundo turno.
Votarei em Aécio e o apoiarei, votando nesses compromissos, dando um crédito de confiança à sinceridade de propósitos do candidato e de seu partido e, principalmente, entregando à sociedade brasileira a tarefa de exigir que sejam cumpridos.
Faço esta declaração como cidadã brasileira independente que continuará livre e coerentemente, suas lutas e batalhas no caminho que escolheu.
Não estou com isso fazendo nenhum acordo ou aliança para governar.
O que me move é minha consciência e assumo a responsabilidade pelas minhas escolhas."